Série Sexualidade masculina
Capítulo 3 - Masturbação
Este é o terceiro e último capítulo da Série Sexualidade masculina. Se você não leu os outros capítulos, sugiro que leia antes, para compreender melhor o conteúdo deste.
No capítulo anterior, abordamos o assunto dos impulsos sexuais, os quais, comentamos, ninguém está livre. E também falamos sobre você estimular, ou não, tais impulsos naturais.
Quando esses fortes interesses sexuais não são controlados e toda aquela tensão que mencionei (no Capítulo 2) é propositalmente procurada, de alguma forma ela precisa ser extravasada. Agora, olha só, quando a produzimos ou estimulamos esses impulsos sexuais, o nosso corpo não se prepara de uma forma natural para lidar com ela. Sendo assim, como vocês acham que vamos lidar com isso? Com certeza a masturbação será a válvula de escape.
Quando eu estava no seminário teológico, fui em um encontro de jovens e houve um momento só para os homens. A pessoa que estava palestrando foi conversar com a gente e ele disse: “olha, eu não posso falar para vocês que a masturbação faz mal”.
O que vocês acham disso?
É aqui que precisamos definir em quem vamos acreditar. Se você pegar os estudos científicos, em geral eles não vão relatar que faz mal. Os que abordam algum malefício são os que abordam sobre o excesso desse ato. Porém, quando vamos para o Espírito de Profecia, temos vários textos que falam contra essa prática.
Quando eu falo isso algumas pessoas se escandalizam, mas as pesquisas que falam do perigo da masturbação falam do que ocorre no cérebro quando se pratica. E é isso que quero falar com vocês. Afinal de contas, essa é a minha área.
O processo que ocorre no nosso cérebro é o mesmo de quem usa algum tipo de droga. O nosso corpo produz de forma natural hormônios que nos causam prazer. Existem 4 mais conhecidos: dopamina, endorfina, serotonina e ocitocina, sendo o mais popular deles a dopamina. No nosso cérebro existem receptores que identificam quando esses hormônios são produzidos e nos ajudam a lidar com eles, canalizando para o local correto, servindo para ser utilizado naquilo que está estimulando sua produção. Eles são transmitidos pelos neurotransmissores. Até aí tudo bem? Vou tentar simplificar. Por exemplo, quando eu comi um pedaço de pizza pela primeira vez, o meu cérebro recebeu essa informação e o setor de recompensa do meu cérebro foi ativado, aí ele fala: “opa, eu gosto disso”; ou: “isso é bom, quero mais”. E para atender esse pedido eu acabei comendo mais alguns pedaços de pizzas. Como essa informação já ficou registrada, de vez em quando o meu cérebro resgata essa informação e fica “me falando”: “vamos comer pizza hoje?” Se deixar, eu como pizza quase todo dia, porque é algo que para mim gera prazer, ou seja, resultado da produção desses hormônios que acabei de mencionar.
O mesmo processo é com a masturbação e com qualquer tipo de droga ou vício. Porém, há uma diferença aqui. Para eu comer uma pizza tem todo um processo, que é trabalhoso ou vai despender dinheiro, e o meu cérebro sabe disso, e por isso que consigo refrear esse impulso. Quando eu como tem a questão da quantidade que eu consigo comer, e mesmo eu querendo comer mais, de uma forma consciente refreio esse impulso para não passar mal. Mantendo os hormônios sob controle, evitando que eu coma muito.
No caso das drogas, pornografia ou masturbação, que é o nosso foco, esse controle fica comprometido. Para se masturbar ou ver pornografia o primeiro empecilho é você com sua consciência. Vai ser a sua tomada de decisão que vai mostrar se você vai continuar nesse processo ou não. Percebe como não tem um empecilho muito difícil? Se você decidir que vai ver um vídeo, pensar em alguma coisa que cause um estímulo sexual ou até mesmo se masturbar não tem nada que te impeça de fazer além de você. A primeira barreira pode ser ultrapassada muito facilmente.
Mas vamos adiante, vamos supor que você decida dar esse passo. Então cada vez que a pessoa se masturba ou vê um filme adulto o cérebro entende que é prazeroso e vai sempre pedir para ter mais desse prazer, da mesma forma como faz com a pizza. Porém, cada vez que essa prática é feita e esses hormônios são produzidos, com o passar do tempo, os receptores deles no nosso cérebro se acostumam com a quantidade entregue - o que chamamos de amortização, ou seja, não produz mais a mesma sensação de prazer que antes ou, nos casos da droga, o efeito vai diminuindo, e como a pessoa não vê/percebe que faz mal, o cérebro, para sentir o mesmo prazer de antes, começa a pedir para aumentar a quantidade. Ou seja, se antes se praticava uma vez, agora não é mais suficiente, tem que ser duas, depois três, e assim por diante. E essa exigência vai se intensificando com o tempo. Agora, apenas se masturbar pensando não gera prazer suficiente, tem que ser inserido um estímulo a mais, como ver um vídeo por exemplo. Depois, ver um vídeo de um homem com uma mulher não tem mais graça, precisa ter mais. Quando a gente pesquisa sobre a evolução dos conteúdos adultos, percebemos que há um aumento e uma mudança muito grande no tipo de conteúdo produzido, por que eles sabem que para continuar lucrando com isso e as pessoas continuarem consumindo esse tipo de conteúdo precisa ser cada vez mais degradante e apelativo.
E sabe como isso atrapalha a sua vida? A medida de prazer é tão alta e o cérebro está tão exigente, que o prazer de ficar com os seus amigos se perde. O prazer de ficar com a sua namorada também. A relação que você tem com a sua esposa fica sem graça. Até o ponto de conseguir se satisfazer apenas com esse tipo de conteúdo.
Espero que de forma resumida tenha te ajudado a compreender um pouco mais sobre o que envolve a sexualidade masculina e te mostrado que isso vai muito além do ato sexual em si. É um assunto muito amplo e com certeza vamos voltar a falar sobre ele. Mas espero que nesse breve texto você possa ser direcionado para o caminho certo e que te ajude a fazer escolhas melhores e que seja um homem segundo o coração de Deus.
Por Adilson Junior.